sábado, 23 de janeiro de 2010

OS USUS DE CADA TERRA: COLHERES DE PAU


Os usos de cada terra:

Cada terra com seu uso,
cada roca com seu fuso.


Já chega.

Já chegam de leis da U. E. para a normalização daquilo que não deveria de ser normalizado.
Não tem jeito.
Já nos fecharam o que era regional e proibiram o que era artesanal.
Já nos fecharam restaurantes regionais e adegas regionais.
Já proibiram utensílios de madeira como; colheres de pau, copos de madeira, talheres com cabo de madeira, tudo isto em lugares onde era tradição serem usados estes utensílios porque era regional.
Era assim de há muitos anos, porque era regional e eram usados porque o lugar é característico daquela matéria-prima e assim OBRIGA o seu uso para estar em sintonia. Assim como a louça de barro vermelho em determinados lugares também o deveria ser e é, se ainda não foi também proibida, ou a louça de grés, preta, tradicional noutros sítios, onde ela é manufacturada.
Há dias, num restaurante da marginal do rio Douro, serviram-me uma caneca de sangria com uma colher de PLÁSTICO no lugar da tradicional colher de pau porque foi proibido tudo o que é de madeira em restaurantes. Pergunto: o vinho não foi sempre em pipos de madeira armazenado?
E o vinho do Porto não foi sempre em pipas e em grandes tonéis de madeira tratado e envelhecido?
E não é Portugal um dos produtores de vinhos de melhor qualidade do mundo (envelhecido que sempre foi em pipos de carvalho, que é madeira, de pau).
E o vinho do Porto não foi sempre e, continua a ser o único no mundo daquele tipo; vinho generoso, o único no Mundo, e de grande fama internacional devido ao seu espectacular sabor por em pipos de carvalho (que é pau) ser envelhecido? (eu acrescentaria no Mundo e arredores). E agora, uma simples colher de madeira (de pau) para mexer a sangria ficou a ser proibido de utilizar, em restaurantes, bares, adegas regionais e outros lugares que tais, quando sangria não é mais do que vinho com outras bebidas á mistura.
Então, se assim é, será que o vinho vai deixar de ter para o seu envelhecimento os pipos e tonéis de madeira e vai passar a ter como envasilhe pipos e tonéis de plástico?
E agora se a moda pega e vamos comer sardinha assada à beira rio e nos servem a mesma em prato de plástico, e nos dão para o vinho, copo de plástico e, para a cerveja, copo de plástico e, a salada de frutas em, taça de plástico e, o café em, copo de plástico e, a colher para mexer, em plástico e, cuidado se não até o guardanapo que dantes era em pano e passou a ser em papel, poderá vir em plástico.
Acabaram com as características que existiam em cada terra, tudo passou a ser uniformizado.
As aldeias perderam o muito que as caracterizava; perderam-se por isso hábitos e costumes, tradições antigas que vinham de antanho, algumas desde a fundação deste pequeno Portugal.
E esta perseguição desenfreada às tradições, aos hábitos, aos costumes, ao folclórico, ao que era regional e às regiões, ao artesanato, ao “country”, afrouxou porque Sua Excelência o Senhor Presidente da República desancou no senhor mandão do ASAE para que houvesse mais moderação nas fiscalizações porque de contrário hoje teríamos ainda mais desemprego provocado pelo fecho de pequenas indústrias, artesanato, cafés, bares, restaurantes, adegas, e mais ainda por aqueles empregos indirectos, nas “pequenas e médias empresas subsidiárias”.

Já Chega.

Já chegam de leis da U.E. para a normalização daquilo que não tem que ser normalizado.

Haja respeito pelas
regiões e por suas
populações.

majosilveiro

2 comentários:

  1. Paulo Gonçalves,
    Muito obrigado pela sua visita e por ter deixado uma marca da sua presença muito "interessante". É que este ainda o é pouco, pois, só tem este único artigo. Mas vai ficar com mais, ainda hoje.
    Muito Obrigado,
    majosilveiro

    ResponderEliminar